Corno assumido é um corno feliz

Posted by Cronicas de Bebado on 13:05 in , , , , , ,


Sempre ligo para minha mulher antes de chegar a casa. As 8 vezes que peguei ela na cama com outros homens e animais me deixaram um pouco receoso. Minha mulher me trai, e isso é uma coisa com a qual tenho que lidar.
A primeira vez que a peguei com alguém foi com meu irmão de 7 anos no dia do nosso casamento. Achei que era uma fase passageira ou ainda culpa da catuaba que ela tinha tomado a tarde na praça com as amigas. Tudo bem, meu irmão sempre foi um danadinho mesmo. Na nossa lua de mel, que foi em salvador no carnaval, estranhei ela sumir por 48 horas no meio daquele trio elétrico e voltar toda assada e descabelada. Dizia ela que tinha sido seqüestrada pelas FARC e ficara em cárcere privado no Pestana Hotel. Fiquei apavorado, como puderam se aproveitar da minha Chucrutinha? Dei graças a Deus que ela voltou inteira e cheia de dinheiro no bolso.
Não pudemos aproveitar nossa lua-de-mel, pois ela estava tão traumatizada que preferia sair caminhando atrás do trio-elétrico sozinha. Chegava a ficar 6 à 8 horas todas as noites tentando se recuperar do ocorrido. Nessa época ela mostrou ser uma mulher de sorte, pois em cada caminhada ela achava na rua entre 600 à 800 reais. Foram as 10 noites mais mal aproveitadas da minha vida, fiquei o tempo todo preocupado com a minha doce menina.
A volta para a nossa cidade foi uma alegria, tirando o fato de ela ter passado o vôo todo conversando no banheiro com o comissário de bordo, pois ela morre de medo de avião. Quando voltou ao assento tentei beijá-la, sem sucesso, pois ela se esquivou mostrando um grande ferimento na boca e no céu da boca. Ela me falou que era alergia ao batom, mas me pareceu sapinho. Achei estranho, pois ela nunca teve alergia aquele batom vermelho cintilante. Enquanto ela dormia reparei em imensos arranhões em suas costas e vários hematomas nas pernas e virilha. Acho que ela caiu no banheiro. Mas a viagem transcorreu bem
Chegamos ao nosso apartamento e vários amigos dela já nos esperavam, achei estranho como eles conseguiram entrar. Mal largamos as malas e ela saiu com eles para um bar para tomar catuaba. Pediu delicadamente que eu desfizesse as malas, pois ela já voltaria. Deixei ela se divertir com os amigos e fui fazer meu trabalho. Ainda era cedo, 2 da tarde, e logo ela estaria junto a mim, para podermos aproveitar nosso ultimo dia antes de eu voltar ao trabalho. As 6 da manha, ela chegou, completamente embriagada e sem calcinha, que ela havia perdido no caminho. Dizia ela que perdeu quando foi urinar no cemitério. Bom, o cemitério fica a 30 km de nosso lar. Tadinha! Deve ter se perdido.
Nem conversamos, ela foi direto dormir, pois estava exausta. Dei um beijinho doce em sua face rosada e ela me empurrou. Fiquei penalizado pelo cansaço dela e fui trabalhar.
Às 11 horas, pedi pra minha secretária ligar para casa para ver se Shyrley, minha esposa, estava melhor e convida-la para almoçar comigo. Acho que minha secretária errou o numero, pois um tal de Oswaldo atendeu, dizendo que a Shyrley estava de boca cheia e que ele era o leiteiro e que tinha levado leite em saquinho pra ela. Com certeza era o numero errado, pois alem de não termos leiteiro, ela era intolerante a lactose.
Fiquei tentando ligar até as 14 horas e nas duas vezes em que fui atendido, só consegui ouvir o telefone cair no chão e uns gemidos estranhos. Deve ter sido linha cruzada.
Consegui falar com ela às 17 horas, onde ela me disse que havia passado uma tarde maravilhosa na cama, no sofá e no tapete da sala. Ela estava aproveitando bem nosso ninho de amor.
Cheguei em casa as 19 horas, como sempre fazia e fui direto ao nosso quarto. Lá grudado ao espelho estava um bilhete dela: “Fui jantar com o Waldir, ele esta desconsolado. Perdeu a namorada, não me espere acordado. Beijos”. Que mulher, sempre solicita mesmo com o ex-namorado ela fazia questão de ser útil.
As 3hs da manha tocaram a campanhia. Era Waldir, com a minha esposa no colo, totalmente bêbada. Largou ela no sofá e me entregou uma notinha, pedindo ressarcimento pelo valor do jantar, pois o cartão dela não foi aprovado por causa do valor e ele teve que pagar do bolso dele. Dei os 700 reais que estava na nota e mais 50 reais para o táxi, pois como nem ela nem ele tinham carro, acabaram tendo que rachar um táxi até nossa casa. Decidi que no dia seguinte daria um conversível importado para evitar esse tipo de constrangimento com Waldir. Só depois li o nome do restaurante na nota, pois queria levá-la ao mesmo lugar um dia: El Boqueton Whiskeria, Boite e Casa de massagem.
Fiquei intrigado com o local desse jantar e decidi que só daria o carro se ela tivesse uma boa explicação para isso.
Como ela não acordava, fui trabalhar com alguma coisa na cabeça. Resolvi pedir ao meu segurança que visitasse o tal restaurante e me trouxesse um relatório. 7 horas depois ele voltou, dizendo que o lugar era maravilhoso e inclusive me indicou a Shyrley, que é habitue do local.
Corri pra casa, para tirar satisfação com essa messalina. Ela conseguiu me enganar. Estou indignado, mas agora chega.
Cheguei em casa e o porteiro me notificou que o sindico queria explicações da festa que estava acontecendo lá. Não estava sabendo de festa nenhuma. Quando entrei no apartamento, havia uma equipe de filmagem, produzindo um filme. E a atriz principal, era ela. 8 homens, 2 mulheres, 1 cahorro e um burrichó, se dividiam entre gemidos e as falas desconexas do filme. E eu que pensava que ela era virgem.
Um negão de 2 metros de altura tentou barrar minha passagem, dizendo que se eu quisesse ver as filmagens, teria que pagar. Peguei minha arma que ficava escondida no hall de entrada e dei dois tiros para o alto.
Cada um correu como pode, só a desgraçada que ficou agarrada com o burrichó. Nesse momento me dei conta, estava sendo traído. Mas não abandonei a meretriz. Depois que consegui a muito custo desvencilha-la do animal, sentamos para conversar. Disse a ela que aquela situação era inadmissível e que ela deveria mudar seu estilo de vida se quisesse ficar comigo.
Ela disse que esse era o modo dela encarar a vida. Então bradei em alto e bom som: ia arrumar uma amante também. Nesse instante ela se revelou. Disse que não aceitava ser traída, que isso era um absurdo, inaceitável, machista e que estaria saindo de nosso apartamento naquele momento. Foi o tempo de ela fazer as malas e ir embora de minha vida.
Meu mundo ruiu. Não sou ninguém sem ela. Hoje vivo de bar em bar, bebendo com outras pessoas como eu, triste e sem rumo. Tenho 6 amantes e adotei o cachorro e o burrichó, buscando me sentir mais próximo de Shyrley.
Larguei minha empresa. Meu trabalho agora é aconselhar outros jovens, que como eu, não tiveram a mente aberta para compreender uma mulher como ela. Se hoje sou assim, é culpa do meu orgulho besta e falta de visão que acabou com um relacionamento tão bonito e sincero que tinha com Shyrley. Espero que o leitor tenha sensibilidade e não cometa o mesmo erro que eu cometi.


FIM

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