O Milharal do Rei do Tcheco-Tcheco

Posted by Cronicas de Bebado on 20:35 in , , , , ,

Sou o maior produtor de milho de pipoca da região do Paraná, resolvi expandir meus horizontes, hoje, sou o maior produtor de pênis feito de fibra de sabugo do Brasil. Exporto para a Somália, Belize, Haiti e Rio grande do Sul.
Tudo começou numa manhã de quinta-feira, colhia tranquilamente minhas preciosas espigas, quando me cutucou na bunda, levado pelo vento, um delicioso espigasso, volumoso e roliço, realmente muito grande. Virei-me para confrontar com o bruto, quando reparei seu maravilhoso e imenso formato fálico que delicadamente entrava e saia de minhas nádegas. Que delicia! Aquilo era divino. Na mesma hora tive a visão que iria mudar minha vida: Vou produzir o maior pênis feito de fibra de sabugo que uma pessoa já sentiu!
Voltei extasiado ao meu escritório, acompanhado do modelo que descobri em meu precioso milharal. Pousei-o suavemente na mesa e chamei o Jorjão, meu secretário, para que avaliasse comigo a possibilidade de meu novo investimento. Não preciso dizer que Jorjão “enamorou-se” do objeto e cantou “oba-oba”, dizendo que nos 15 anos de nosso relacionamento, mezzo profissional, mezzo pessoal, mezzo amoroso, mezzo calabresa, nunca tinha visto uma idéia tão boa vindo de mim. Citou inclusive a vez em que decidi construir bonecos do Ken, usando como matéria prima a fibra da palha do milho, e como molde meu primo Cristian, um Surfista Boliviano.
Financiei no banco um valor de 3 milhões para a compra dos materiais e equipamentos, para dar inicio a produção. Fiz questão de acompanhar cada passo do processo, inclusive me candidatando ao teste drive pessoalmente de cada um dos produtos. Que sensação deliciosa! Mesmo nos equipamentos com defeito, me satisfiz feito uma messalina embriagada do século XVIII. Já via o dinheiro crescendo em baixo do meu colchão. Meus planos eram o de, no máximo em 2 anos, me tornar o Bill Gates do cenário de brinquedos eróticos amador.
Chegou o grande dia da inauguração do meu Sex Shop. Para aproveitar o espaço, montei uma Pipoqueria infantil na mesma sala. Dei o nome de “Sex Shop Paquerinha e Pipoqueria Infantil”. Decidi que para incentivar as vendas, deveria fazer uma venda casada. Para cada 50 pacotes de pipoca, ganharia um test drive grátis no trabucão. As 15 pessoas que compareceram ao evento foram as “meninas” do Bordel local e dois Gaúchos, que frisavam o tempo todo que não eram Gays, só estavam dando uma olhadinha, apesar de saltitar e berrar feito meninas com o meu modelo gold plus premiun XXL.
As vendas estavam um sucesso, todos compravam, comiam pipoca e veneravam meus produtos de altissima qualidade. Realmente conseguiria “enricá” em poucos meses.
O tempo foi passando e as vendas continuavam um sucesso. Um Anão mezzo Argentino mezzo Gaúcho, me desafiando, pediu um XXXXL, prontamente foi atendido. O mesmo se ofereceu para ser nosso garoto propaganda, tendo inclusive bancado de seu próprio bolso o book para os OutDoor’s.
Eu era o Rei da pornografia Mercosulana, que envolvia Argentinos, Uruguaios, Bolivianos e todos do Rio grande do Sul. Minha carreira crescia, assim como as vendas e o tamanho do sabugo. Em alguns meses me tornei um multimilionário, sendo convidado pelo Hugh Hefner para visitar a mansão da Playboy e tudo.
Mediante o sucesso estrondoso de meu novo negócio, tive uma luz rosa em minha mente: por que não deixar de produzir milho para pipoca e usar toda minha produção nos pênis de fibra de sabugo? Era o que eu precisava. Minha produção estava com gargalo e essa seria a solução mais rentável.
No dia seguinte, mandei Jorjão tocar fogo no milharal. Foi uma festa. Choveu pipoca em todo o Estado do Paraná. A molecada saiu correndo com sacos de melado para fazer a pipoca doce. Aquilo virou São João e nem era Junho.
Após isso, fui ver como ficou o terreno. Maravilhoso, só sobram os sabugos. Jorjão foi com o pessoal da limpeza retirar as cinzas do matagal e a preciosa matéria-prima. Nisso consegui aumentar minha produção em 200%.
Mas nem tudo na vida de um empresário do entretenimento adulto são flores. Um belo dia, enquanto almoçava com os maiores empresários do ramo, Alfredinho um Porto Alegrense conhecido na região, veio com um produto novo, que ele intitulou de “Pênis de borracha”. Logo os investidores não tardaram a “Abraçar, Agasalhar e apalpar” a idéia. Foi um pandemônio naquela sala. Todos querendo por o produto a prova e compara-lo ao meu. Até Jorjão se prontificou e estava sentado no brinquedo do Alfredinho. Perguntei o que ele estava fazendo e ele com a cara mais deslavada possível, teve coragem de responder: Estou apenas abraçando, agasalhando e apalpando a idéia. E por incrível que parece era justamente que aquele messalino, “vira-a-casaca” estava fazendo. Chorei copiosamente com a traição daquele menino que fiz “crescer” várias vezes.
Meu império começou a ruir, em um momento eu era o rei dos acessórios pornográficos e agora estava a beira da falência. Perdi tudo que eu tinha e ainda fiquei devendo mais de 500 mil no banco.
Hoje conduzo um carrinho de pipoca na escola municipal de Marechal Candido Rondon. O Carrinho pertence ao filho de 15 anos do Alfredinho, no qual sou seu empregado. Nas noites frias do interior do Paraná, costumo parar na beira do meu antigo galpão de sabugo, onde estão encalhados mais de 3 mil pênis de sabugo que caíram em desuso e sonhar com meu passado glorioso, onde um dia eu já fui o Rei Mercosulano da putaria.

FIM, ATÉ QUE ENFIM!

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